Sociedade civil e entidades divulgam carta aberta em prol da energia solar

Entidades defendem a energia solar distribuída no Brasil e levam mais uma vez o tema ao presidente Bolsonaro

Atualizado em 9/3/2021

Associações de diversos segmentos da economia, energia solar e do agronegócio divulgaram uma carta aberta à sociedade brasileira em defesa do segmento de GD (geração distribuída) fotovoltaica. O documento foi encaminhado, por meio de ofício, ao presidente Jair Bolsonaro.

No carta aberta, assinada por 24 associações representativas, as entidades defendem o direito dos consumidores brasileiros de gerarem sua própria energia em seu município.

O presidente Bolsonaro já se posicionou diversas vezes sobre o tema. “Existe gente interessada em taxar. É o tempo todo taxando o povo. Não existe qualquer negociação comigo para atender qualquer grupo de lobista”, disse no começo de janeiro de 2020 em frente à sua residência oficial.

Durante a crise energética do Amapá, Bolsonaro afirmou que a segurança energética é tão importante quanto a segurança alimentar para o desenvolvimento de um país. 

Além das associações regionais de energia solar ligadas a FAIRES (Frente das Associações e Institutos Regionais de Energia Solar), assinam entidades ligadas ao agronegócio do país. Entre elas, a Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja) Brasil, demonstrando o engajamento do agronegócio na defesa da geração distribuída solar no Brasil.

Também assinam a Anesolar (Associação Nordestina de Energia Solar), representando os nove estados do Nordeste, e a AMAMS (Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene), que representa os 165 municípios da área Mineira da Sudene.

Na carta aberta, as entidades ressaltam que gerar a própria energia elétrica, por meio de fontes limpas, renováveis e sustentáveis, como o sol, o vento, a biomassa, o biogás e outras, é um direito previsto no artigo 170 de Constituição, que trata dos princípios que devem permear a construção da legislação que afete diretamente as relações econômicas da sociedade.

Ademais, afirmam que a geração distribuída, ou no mesmo local de consumo, impede as “perdas de energia” que, segundo a ANEEL, representam 14% de toda energia gerada no Brasil. “Acontece que essa perda é cobrada de todos os consumidores por meio de uma parcela acrescentada às tarifas de transmissão, uso e distribuição das redes”, diz a carta.

O documento também destaca que um fator de extrema relevância é que a geração solar se intensifica ou tem picos de geração no período de 11h às 15h, que coincide com o novo horário de maior consumo de energia, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema). “Na prática, a geração fotovoltaica está contribuindo para aliviar a pressão sobre os reservatórios das hidrelétricas”.

Outro ponto de destaque no documento é sobre a geração de renda e empregos no país. “No segmento de geração distribuída atuam aproximadamente 15 mil empresas, que são em sua grande maioria micro e pequenas empresas. O setor nos últimos anos gerou mais de 150 mil postos de trabalho”, afirma o documento.

Segundo Hewerton Martins, presidente do MSL (Associação Movimento Solar Livre) a carta é aberta a novas adesões de entidades representativas de qualquer setor da economia.

“Não é uma causa setorial de energia solar, é uma causa da sociedade brasileira que não pode ficar subdesenvolvida na questão de energia solar distribuída e perder essa oportunidade de gerar milhares de empregos em diversos setores da economia”, aumentando a capacidade produtiva do país, destacou Martins.

Leia a carta e veja todas as associações que assinaram a carta aberta.

Postado originalmente em: https://canalsolar.com.br/sociedade-civil-e-entidades-divulgam-carta-aberta-em-prol-da-energia-solar/

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