Empreendimento em área da arara-azul-de-lear foi autorizado pelo estado com falhas no estudo de impactos e nas audiências públicas
![](https://oeco.org.br/wp-content/uploads/2023/04/7705819230_ac431558e4_k-1.jpg)
A Justiça Federal suspendeu a licença do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) a usinas de energia eólica da francesa Voltalia, em Canudos – a 400 km da capital Salvador –, que ameaçavam a vida de grupos da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari).
O complexo coincide com moradas e rotas de voo da espécie, que corre risco de extinção, o que pode eliminar aves por choques elétricos ou trombadas com as grandes hélices dos geradores.
Conforme a decisão, publicada no último dia 13, o empreendimento está paralisado até “que seja apresentado e aprovado o competente EIA/RIMA [Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental, inclusive com realização de audiência pública”.
A decisão judicial foi baseada em denúncias de ONGs e de povos tradicionais da Caatinga sobre os impactos socioambientais do empreendimento, acolhidas pelo Ministério Público Federal (MPF).
O despacho trata o episódio como um “crime ambiental de caráter transnacional” e afirma que há “interesse federal na tutela de interesses transindividuais envolvendo animais ameaçados de extinção”.
Notícia publicada originalmente em: https://oeco.org.br/salada-verde/justica-paralisa-projeto-eolico-que-ameaca-aves-raras-no-sertao-baiano