Entenda por que o setor de energia busca substitutos para as usinas termelétricas

Elas ainda são importantes em algumas regiões do Brasil, além de garantir o fornecimento durante crises hídricas, mas um percentual importante emite grandes quantidades de gases poluentes

Conjunto eólico de Campo Largo 2, na Bahia, é foco dos esforços da ENGIE para uma economia de baixo carbono
Conjunto eólico de Campo Largo 2, na Bahia, é foco dos esforços da ENGIE para uma economia de baixo carbono - Foto: Divulgação

A matriz energética mundial conta com 26,9% de participação de carvão mineral. No Brasil, o percentual é de apenas 5,3%. O carvão mineral é, de fato, um dos principais combustíveis das usinas termelétricas em grande parte dos países desenvolvidos – existem outros, com gás natural, gás e átomos, no caso das usinas nucleares. Este tipo de estrutura responde por aproximadamente 60% da energia elétrica consumida no planeta.

Usinas termelétricas movidas a carvão são confiáveis e geram eletricidade de forma constante. Mas, num cenário em que as emissões de gases poluentes precisam diminuir de forma drástica, elas apresentam a grave desvantagem de produzir monóxido e dióxido de carbono, dióxido de enxofre, óxido de nitrogênio e ozônio. Existe um esforço global, entre os países dependentes desta fonte de energia elétrica, em buscar alternativas.

Quanto ao Brasil, em abril de 2020 alcançou a marca de 2 mil usinas de geração de energia elétrica em funcionando, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Deste total, 401 são termelétricas. Mas apenas 10 delas eram movidas a carvão mineral. A maior parte, 286, utiliza biomassa, e outras 48 funcionam a base de gás. Geram não mais do que 7,5% do total de eletricidade consumida no País.

É comum que essa fonte seja utilizada quando a produção das demais, especialmente as hidrelétricas, cai. Desde outubro do ano passado, por exemplo, técnicos do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) vêm autorizando o uso de geração termelétrica adicional, em consequência das chuvas abaixo da média na área das usinas hídricas.

Desinvestimento

A primeira central termelétrica do Brasil era movida a vapor, gerado em caldeira a lenha, tinha potência de 52 kW e foi inaugurada em 1883, em Campos dos Goytacazes (RJ). A primeira usina termelétrica movida a carvão mineral surgiu em Arroio dos Ratos (RS), em 1924. No cenário ideal, as hidrelétricas seriam cada vez menos utilizada, em especial as que queimam combustíveis fósseis.

Com 69 usinas e capacidade instalada própria de 10 GW, que representa cerca de 6% da capacidade nacional, a ENGIE aposta em fontes renováveis e de baixa emissão, em especial usinas hidrelétricas, eólicas e movidas a biomassa. A companhia tem objetivos não financeiros, que incluem o projeto Carbono Neutro, com metas ousadas de redução de emissões na geração de energia. A empresa está comprometida a alcançar neutralidade em carbono até 2045, em todos os escopos.

Parte importante desse esforço consiste em aumentar ainda mais as fontes renováveis no mix de geração, de forma a assegurar que 100% das ofertas de produtos e serviços contemplem critérios de descarbonização de clientes.

A fim de alcançar outra meta, a de descarbonizar o portfólio no Brasil até 2025, a empresa está realizando desinvestimentos na geração termelétrica.

No caso da termelétrica Pampa Sul (RS), as obras haviam começado em 2014, pouco antes de a empresa adotar a meta de zerar o carbono das operações. Foi preciso então finalizar as obras, colocar a usina em operação e esperar que ela alcance um nível de excelência, quando então será vendida.

Por sua vez, a termelétrica de Jorge Lacerda (SC) foi vendida pela ENGIE para a FRAM Capital em agosto deste ano.

Transição energética

Em paralelo, a empresa direciona esforços com foco na transição energética para uma economia de baixo carbono. Nesse grupo de projetos estão, por exemplo, os conjuntos eólicos de Campo Largo 2 (na Bahia) e Santo Agostinho (no Rio Grande do Norte).

A segunda etapa do Conjunto Eólico Campo Largo conta com torres de aço de 120 metros de altura e 150 metros de diâmetro de rotor. Formado por 11 parques eólicos, o empreendimento está em plena operação. Ela se soma a Campo Largo 1, com 326,7 MW de capacidade instalada, dividida entre 121 aerogeradores de 2,7MW.

Por sua vez, o conjunto de Santo Agostinho vai receber investimento de cerca de R$ 2,2 bilhões, com geração de aproximadamente mil vagas de trabalho na região. Quando a operação comercial tiver início, até março de 2023, terá 434 MW de capacidade instalada e toda a energia gerada será direcionada para o Mercado Livre de Energia.

Notícia publicada originalmente em: https://umsoplaneta.globo.com/patrocinado/engie/noticia/2021/12/07/entenda-por-que-o-setor-de-energia-busca-substitutos-para-as-usinas-termeletricas.ghtml

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