Caetité pede o fim da mineração de urânio no Dia Internacional do Meio Ambiente

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No último domingo (05/06), dia internacional do meio ambiente, o Movimento Paulo Jackson e a Comissão Paroquial do Meio Ambiente realizaram panfletagem sobre os impactos da mineração e instalação da INB (Indústrias Nucleares do Brasil) na população dos municípios de Lagoa Real e Caetité. 

A panfletagem aconteceu na vaquejada de Lagoa Real e na catedral de Caetité. No material distribuído são denunciadas as contaminações diagnosticadas pelo engenheiro nuclear francês Bruno Chareyron nas comunidades de Tamanduá, Riacho da Vaca, Pega Bem, Juazeiro, Mangabeira e Gameleira, no entorno da mina.

Em agosto do ano passado o jornal Estado de São Paulo divulgou a contaminação de um poço artesiano por urânio em Lagoa Real. Após a denúncia, o INEMA, órgão ambiental estadual na Bahia, realizou novos testes e descobriu três poços contaminados e mais três com os níveis no limite do que é considerado saudável.

A contaminação acontece no ar também. Pesquisa da Fiocruz mostra o aumento de doenças, causadas por radiação ionizante na área de influência da INB. Pesquisa de oncologistas paulistas revela que o câncer de pulmão é 19 vezes mais alto em Caetité do que no resto da Bahia. A região de influência da mina de urânio tem uma concentração de radônio e radioatividade no ar dezenas de vezes mais alta do que o indicado pela Organização Mundial da Saúde. Os pesquisadores relacionam a doença com a mineração de urânio.

Além disso, que já seria ruim o suficiente, pesam contra a INB inúmeras denúncias de violações de direitos das comunidades no entorno da mina de urânio: desde impedir o acesso de moradores à poços, falta de diálogo com a sociedade civil e poder público local, até denúncias de corrupção.

A sociedade civil local de Caetité se organiza e pede o fim da mineração de urânio e reparação dos danos socioambientais.

Notícia publicada originalmente no blog da Articulação Antinuclear Brasileira.

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