Seminário discute desafios para a transição energética justa e popular

Aconteceu no último sábado, 08 de maio, em formato virtual, o primeiro dia do Seminário “Transição Energética Justa e Popular, para o Nordeste da Gente”, realizado pelo projeto” Cuidando da Nossa Casa Comum", do Comitê de Energia Renovável (CERSA), Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, Frente por uma Nova Política Energética Para o Brasil, Cáritas Brasileira, o Grupo de Trabalho – GT – TEJPO – (na coordenação) e recebe o apoio da Misereor.

Alinhadas com os movimentos nacionais e internacionais, o evento, que também será realizado no próximo sábado, dia 15, teve como objetivos específicos, a definição de estratégias para enfrentar os desafios com a transição energética que causa grandes impactos ambientais, além de elaborar diretrizes comuns para a as articulações estaduais de seus biomas.

O seminário pautou ainda a definição das bandeiras de lutas imediatas e contribuição noso debate sobre o tema, para que seja possível fortalecer as instituições à frente dos projetos de combate aos impactos socioambientais.

A abertura do seminário ficou por conta de César Nóbrega, que coordena o Projeto “Cuidando da Nossa Casa Comum”. César iniciou o momento convidando os artistas culturais, Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogo que fez uma bela apresentação musical e Iremar Ferreira ,do Instituto Madeira Vivo, de Rondônia, que também deu boas vindas com muita música.
 
Saudando os participantes, o cientista social e filósofo, Ivo Poletto, falou sobre a importância das nossas riquezas naturais e dos Biomas e apresentou o trabalho do FMCJS. “Que o sol seja uma fonte gratuita de energia para todos e todas. Que a luz do sol abençoe nosso evento”, disse. 
 
PALESTRAS
 
A apresentação dos palestrantes ficou por conta da Profª Drª Ricélia Maria Marinho Sales, da Universidade Federal De Campina Grande, Campus Pombal. 
 
A primeira palestra foi feita por Tânia Ricaldi pesquisadora do Centro de Estudos Superiores Universitários da Universidad Mayor de San Simón (CESU-UMSS), da Bolívia. Tânia fez uma excelente apresentação sobre a crise sistêmica energética, os paradigmas, lutas sociais e a resistência em prol da vida humana em todos os territórios latino-americanos. 
 
Como segundo palestrante, Joilson Costa, Engenheiro Eletricista e Coordenador Executivo da Frente por uma Nova Política Energética falou sobre os recursos energéticos, a participação popular, o respeito aos direitos humanos e a viabilização de uma nova política para o setor. 
 
Seguindo a programação, foi apresentado por Iremar Ferreira, o trabalho feito a partir das bacias dos Rios, os fundamentos políticos sociais, econômicos, ambientais e técnicos, que as organizações promovem para a transição energética justa e inclusiva, como o exemplo do “Instituto Madeira Vivo”.
 
Finalizando a manhã do seminário, houve um rico debate onde os participantes fizeram perguntas, além de contribuições e pensamentos para o fortalecimento da luta. 

EXPERIÊNCIAS DO CAMPO E DA CIDADE
 
Dentro da programação da tarde, conduzida por Bruna Suianne, da Cáritas Regional NE 2, foram apresentadas as experiências do campo e da cidade, iniciadas com o modelo de experiência do Sistema Agrovoltaico e Aquaponia, feita por Heitor Sabino, do Projeto Ecolume. Logo após, A “Rede Brasileira de Mulheres na Energia Solar”, apresentada pela Co-Fundadora, Natália Chaves. Em seguida, o membro do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo (MTC), Adriano Ferreira, falou sobre a experiência de Microcreditos Alternativos para a Permanência na Terra e seus objetivos de contribuição para o combate à desertificação.
Também foram apresentadas as experiências do Projeto Tapajós Solar, de Santarém, no Pará, feita por Isabel do Movimento Tapajós Vivo (MTV), experiências com Biodigestores, tecnologias sociais, finalizando com as experiências dos projetos abraçados pelo Comitê de Energia Renovável (CERSA), apresentadas por César Nóbrega.
 
O primeiro dia de seminário foi encerrado com um rico debate entre os participantes o que proporcionou um espaço de reflexões sobre o fortalecimento de uma ampla rede de cooperação para reduzir os impactos ambientais causados pelo grande avanço de parques e usinas que atendem aos interesses do capital.
 
ENERGIA RENOVAVEL JUSTA E POPULAR
 
O fortalecimento das instituições que fazem parte do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental é urgente. A necessidade de ampliar o modelo energético descentralizado, diante do agravamento de problemas ambientais causados nos solos e na atmosfera, diminuiria consideravelmente a degradação dos biomas brasileiros. 

Trabalhar em prol dos grupos mais vulneráveis para que eles tenham mais acessos e direitos. É preciso destacar também que, para que as famílias e grupos vulneráveis não sejam afetados em seus territórios/ terras, é preciso fortalecer a luta por uma transição energética justa, popular e inclusiva.

Uma problemática urgente que está relacionada ao desmatamento ilegal e à expansão de parques que geram energias ditas renováveis, no Nordeste brasileiro.

Palloma Pires – Comitê de Energia Renovável (CERSA).

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